CAPELINHA MISSIONÁRIA
A Igreja Latino Americana e do Caribe tem como marco inicial de evangelização um ícone: a figura mestiça de N. Srª do Guadalupe, estampada no manto de São Juan Diego. Nosso Papa retomou essa tradição popular e entregou aos Bispos participantes do Encontro em Aparecida, um tríptico evangelizador e devocional. Nele está contido a espiritualidade e o programa pastoral da V Conferência: “Discípulos e missionários de Jesus Cristo, para que nossos povos nEle tenham vida. ‘Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida’” (Jo 14, 6). Em nosso primeiro retiro diocesano das Santas Missões Populares, ocorrido em novembro de 2009, cada paróquia recebeu uma pequena réplica deste ícone como sinal do envio missionário e da comunhão de toda a diocese neste projeto de evangelização.
1. A figura central: uma representação do Ressuscitado, no envio missionário dos discípulos. No rosto dos enviados, que são homens e mulheres, alguns têm a pele branca, outros são mulatos, indígenas e mestiços. Ao fundo se vê a cena do Calvário. E abaixo as palavras do envio discipular: “ide e fazei discípulos a todos os povos” (Mt 28,19) (tema das Santas Missões em nossa diocese) e a solene entrega à Mãe do Senhor a sua Igreja.
2. À luz do milagre de Caná existe uma catequese: mobilizar o amor a Maria, obediente à vontade de Jesus: “fazei tudo o que ele vos disser”. A grandeza do sacramento do matrimônio também aparece e isto nos lembra que o primeiro campo da missão é a família.
3. Vocação dos primeiros: Pedro, André, Tiago e João. Pedro se sente indigno, mas humildemente responde . Tornam-se pescadores de homens; aceitam remar mar adentro e lançar as redes somente “no teu nome”. O resultado: abundância milagrosa. Começam o caminho de seguimento discipular.
4. A multiplicação dos pães. O verde da relva recorda o que aconteceu na primavera. Cristo faz abundante o alimento escasso. Porém não é Ele quem entrega o pão à multidão – “dai-lhes vós mesmos de comer”. É o imperativo da Igreja Latino Americana e do Caribe atender aos pobres e marginalizados, “seja no socorro de suas necessidades mais urgentes, como também na defesa de seus direitos” (Homilia dos Bispos, em 11 de maio).
5. Encontro com os discípulos de Emaús. Jesus mesmo entra no dinamismo peregrinante da Igreja. Durante o caminho, Ele explica as Escrituras. Na mesa de Emaús, o Ressuscitado compartilha o pão. A atenção está na centralidade da Palavra e da Eucaristia. É um ardor contemplativo que levará a um novo trajeto missionário na direção de Jerusalém.
6. A vinda do Espírito Santo: manifestação da Igreja. Os Apóstolos se congregam em torno de Maria Mãe. Pedro tem as chaves, símbolo do seu encargo no Colégio Apostólico. “Todos ficaram cheios do Espírito Santo”. Há variedade de carismas. Somente pela força divina que o Paráclito lhes concede, poderão assumir a missão confiada.
7. Os discípulos de Jesus evangelizam. Os discípulos e os missionários do século XXI prolongam o amor e o compromisso de São Juan Diego de Guadalupe, com a Bíblia na mão (presente no símbolo das Santas Missões de nossa diocese). Em seu manto vai, impressa pelo céu, a imagem da Virgem.
8. O Pai Eterno e o Espírito Santo. O Pai é mostrado unido ao Espírito e ao Ressuscitado. Indica-se assim qual é a fonte e o destino da história humana: Deus Uno e Trino, no qual se inspiram todas as formas de comunhão e solidariedade que brotam do Evangelho.
9.Dois santos do primeiro século do cristianismo na América. Um grande missionário vindo de Espanha, São Turíbio de Mongrovejo. O Bispo místico realizou uma obra evangelizadora partindo de sua Sede em Lima. A outra figura é Rosa de Lima. Representa a recepção do Evangelho por parte dos crioulos americanos. Foi uma leiga que chegou a alto cume de intimidade esponsal com Cristo e de heróica caridade com os pobres.